quarta-feira, 30 de maio de 2018

Dor e ardência na região genital feminina? Pode ser vulvodínia!



Doença atinge cerca 15% das mulheres e pode estar relacionada com problemas neuromusculares e distúrbios na região do períneo

Você já ouviu falar em vulvodínia? Se a mulher sente dor e ardência na região genital durante a relação sexual ou até mesmo em tarefas simples do dia a dia como andar de bicicleta ou vestir roupas justas, isso pode ser vulvodínia! A doença ainda é pouco conhecida, mas bastante comum. O grande desafio está no diagnóstico precoce e correto do problema. Mesmo sem cura descrita na literatura científica, é possível aliviar bastante os sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com o transtorno.

A vulvodínia pode atingir mulheres de todas as idades, desde a adolescência até à menopausa, mas é muito comum em mulheres jovens. Alguns fatores ajudam a desenvolver a doença, como sensibilidade à dor, fatores genéticos, disfunções no assoalho pélvico e podem se agravar devido a questões psicológicas. O tratamento é interdisciplinar e deve ser feito com ginecologista, fisioterapeuta pélvico, nutricionista e psicólogo.

Estudos apontam que mais da metade das pacientes precisa visitar três ou mais profissionais de saúde até receber um diagnóstico correto. Essa demora atrasa o tratamento e pode levar a transtornos sociais, psicológicos e muitas restrições.

Com o tratamento correto é possível reduzir bastante os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher, diminuindo a dor e o desconforto. A fisioterapia pélvica terá uma atuação fundamental para o retorno da atividade sexual da paciente e redução dos sintomas.

“Nosso objetivo é devolver à paciente uma vida sexual saudável, sem desconforto e com prazer. São realizados exames da musculatura pélvica para avaliar se há espasmo muscular, pontos de gatilho de dor, o grau de contração e a capacidade de relaxamento. Em muitos casos também será necessária avaliação psicológica. Na fisioterapia utilizamos técnicas de massagem perineal, contração, relaxamento, eletroterapia analgésica e o biofeedback de eletromiografia (EMG) e conseguimos ótimos resultados. O primeiro passo é procurar ajuda de um profissional e começar o tratamento”, explica Mônica Lopes – diretora técnica da Clínica Salutaire. 

A doença é classificada em dois tipos: localizada e generalizada, que se subdividem em espontânea, provocada e mista. Entre as mais comuns estão: vulvodínia generalizada espontânea, onde a mulher se queixa de queimação constante da vulva e a vulvodínia localizada provocada, onde a dor e a queimação podem ser provocadas pelo ato sexual, exame ginecológico, uso de roupas apertadas e de alguns produtos como cremes e sabonetes, entre outros.

“Para as mulheres que apresentam os sintomas, a indicação é sempre procurar um profissional para avaliação. Algumas ações podem ajudar a minimizar a irritação na região genital, como evitar uso de sabonetes, detergentes e produtos perfumados e procurar sempre aumentar a lubrificação para a relação sexual, com o uso de óleo vegetal no lugar dos lubrificantes tradicionais. Além disso, é bom evitar roupas apertadas e optar por roupas íntimas de algodão”, finaliza a especialista.

Confira os sintomas mais comuns da doença:

- Desconforto durante a relação sexual, na penetração e após o intercurso sexual;
- Dor, queimação, coceira, irritação na região da vulva;
- Dor na região genital ao sentar, andar de bicicleta, usar calças jeans ou ao realizar tarefas que pressionem а vulva;
- Em casos mais graves, mulheres relatam dores em áreas do clitóris ou em toda a área genital, além de dor no simples toque na região.